terça-feira, agosto 30, 2005

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E então nos falamos na hora do almoço. Ele irritado, eu falei, expliquei, disse que não queria brigar, mas que R$ 300 para duas crianças não dá. Eu não dou conta. Minha saúde está cada vez menor, meu cansaço cada vez maior. E eu chorei, e pedi por favor você já foi o meu melhor amigo. E então eu vi. Vi que estava conversando com uma parede cega e surda. Nada ia adiantar. Então eu respirei fundo e desliguei o telefone. Subi e voltei a trabalhar.
Quando você conhece realmente a natureza das correntes, a profundidade do mar e quão longe ou perto a praia está, então ganha confiança dos seus limites e sabe se pode esperar ajuda ou não, caso algo dê errado.
Eu estou no meio do oceano, sozinha. E se eu não nadar, vou me afogar. O truque é ritmar as braçadas e pensar em coisas boas, no que de bom vai acontecer quando essa tormenta acabar. Porque ela não vai durar indefinidamente. E eu estou lutando desesperadamente comigo mesma para não me entregar.

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