quarta-feira, junho 24, 2009

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Atinge a gente como uma bolada no meio do peito - indefensável. Tira o ar, os olhos secos querendo se molhar, as pontas dos dedos das mãos dormentes, uma sensação gelada subindo pelas costas. Aí você olha o rosto inchado, o gelo no galo imensamente intumescido e sangrento na testa da inspetora, os dedos feridos, balbucia "Desculpe pelo que ela fez" - mas você sabe que não tem desculpa. Só muita vergonha, que ora tira, ora põe sangue nas maçãs do seu rosto. A diretora fala manso, mas você não precisa ouvir - basta ler nos lábios dela o que já adivinhou: "... e por isso ela está suspensa até segunda-feira."

Saí da escola feito tonta. Uma vontade de chorar que só agora, escrevendo, eu consigo fazer da teoria, prática. Lancei mão de todos os recursos: andei até não saber onde estava, fingi que nada acontecera, comprei e comi um saco gigantesco de batata frita e uma barra idem de chocolate amargo. Nada.

Não passa. A sensação de "Como ela pôde fazer isso, ferir uma pessoa daquela maneira?" e "O que eu vou fazer, o que eu vou falar?" não me deixam. Porque, sabe, eu não sei mesmo o que fazer.
Só chorar.

6 comentários:

Ana Cecília Moura disse...

Putz... Sei que é paliativo, mas há psicóloga no colégio? Descobriu se foi devido a "onda" dos amigos? Acalme-se. Eu cometi delitos inimagináveis quando criança, não dá pra ficar teorizando sobre maldade e vergonha nessa fase. Ser criança é ser estúpida, é fazer bobagem. Não justifica, mas alivia... Compre um presente para a inspetora, mande a pequena se desculpar e - mais importante - tente descobrir o que está se passando no coraçãozinho dela, angústia demais faz a gente cometer tanta bobagem... Falar da vida dos outros é fácil, fácil. Desculpe opinar, quando talvez devesse apenas me solidarizar. Boa sorte.

Tina Lopes disse...

Conversa, conversa e conversa. Depois q passar o choque. Força. Bjk.

LuLu disse...

Ai..ai..ai :-(

vera maria disse...

Susana, coragem para as duas conversarem sobre o que precisa ser dito. vai doer, mas não tem jeito, tem de saber o que está havendo. e também não acredito em maldade de jeito nenhum, mesmo não conhecendo vocês leio seu amor por elas aqui sempre, muito amor, isso não gera sentimentos ruins. deve ser uma fase, um mal jeito, uma m... que ela fez.
Boa sorte pras duas, torço para que tudo se esclareça.
clara lopez

ana martini disse...

sou eu mesma, a BUG!!!
agora podemos nos esbarrar por aqui, quem sabe!
bjs!

Adrina disse...

Alguma coisa aconteceu, né? A natureza delas parece não ser assim. Força da subida e muita calma nessa hora.