quinta-feira, agosto 18, 2011

Day 9: Saddest book you’ve ever read



Como não tem nenhuma amiga para compartilhar suas intimidades, Anne Frank escreve longas cartas a uma amiga imaginária chamada Kitty. As cartas escritas a Kitty se multiplicam com rapidez. Durante sua permanência no refúgio, o diário torna-se muito importante para ela. Serve como um desabafo. Em 16 de março de 1944, Anne anota: “O melhor de tudo é o que penso e sinto, pelo menos posso descrever; senão, me asfixiaria completamente”.

O diário de Anne Frank termina [em 1º de agosto de 1944]. No dia 4 de agosto de 1944 a Polícia de Segurança alemã, acompanhada por alguns holandeses nazistas, deu uma batida no escritório geral, obrigando Kraler a revelar a entrada para o Anexo Secreto. Todos os seus ocupantes, assim como Kraler e Koophuis, foram presos. No dia 3 de setembro, os prisioneiros judeus, após um período em Westerbork (o principal campo de concentração alemão na Holanda), foram enviados, amontoados em vagões de gado, para Auschwitz, o mais famoso centro de extermínio, na Polônia ocupada. (Kraler e Koophuis ficaram em campos de concentração holandeses durante alguns meses, antes de serem libertados).

O Anexo Secreto foi saqueado e destruído durante a batida policial. Alguns dias depois, misturados aos jornais velhos e lixo espalhados pelo chão, um limpador encontrou os cadernos onde Anne escrevera seu diário. Não sabendo do que se tratava, entregou-os a Miep e Elli. As duas moças, durante um severo interrogatório alemão a que foram submetidas, negaram terminantemente sua ajuda ao pequeno grupo judeu, e assim foram liberadas e salvas. Tendo guardado cuidadosamente o diário de Anne, entregaram-no a seu pai, Otto Frank, na sua volta, após o término da guerra.

Enquanto isso, os mais velhos do grupo adoeciam sob as terríveis condições de vida em Auschwitz. Van Daan foi mandado para a câmara de gás. Otto Frank escapou por um verdadeiro milagre, pois tinha sido enviado para um campo-hospital em novembro, e ali se encontrava ainda quando o campo foi libertado pelas forças soviéticas em 27 de janeiro de 1945. Juntamente com alguns poucos sobreviventes, ele foi removido para a Galícia e finalmente chegou ao porto de Odessa, no mar Negro, onde um navio neozelandês o conduziu de volta à Europa Oriental. Os outros prisioneiros do campo, cerca de onze mil, foram evacuados pelos alemães, à medida que os russos avançavam. Entre eles estava Peter van Daan, de quem nunca mais se teve notícia.

A caminho de Odessa, Otto Frank soube por um amigo holandês que sua mulher morrera a 5 de janeiro.

Quanto às duas meninas, foram enviadas para Bergen-Belsen, na Alemanha, dois meses após a morte da mãe. Ali Anne mostrou as mesmas qualidades de coragem e paciência na adversidade que a haviam caracterizado em Auschwitz. Em fevereiro de 1945, as duas irmãs contraíram tifo. Um dia, Margot, deitada num beliche ao lado da irmã, tentou levantar-se, mas, enfraquecida, caiu ao chão. No seu estado de doença e fraqueza, o choque foi mortal. A morte da irmã fez a Anne o que nada até então conseguira fazer: quebrantar seu espírito. Alguns dias depois, em princípio de março, Anne morreu. (Fonte: Starnews2001)

Jamais consegui ler até o fim. Sempre penso nos dois meses que separaram a morte dela da chegada dos aliados. Dois meses. Só dois meses. Eu sei que para um campo de concentração dois meses deviam ser uma eternidade.
Primeiro separaram Edith (a mãe) e as duas irmãs do pai, Otto Frank. Depois, uma outra seleção separou Edith de Anne e Margot. Edith foi selecionado para a câmara de gás, e suas filhas foram transportados para Bergen-Belsen. Edith fugiu com um amigo para outra seção do campo, onde permaneceu durante o inverno. Ela morreu de fome em janeiro de 1945, 20 dias antes de o Exército Vermelho libertar o campo e dez dias antes de seu aniversário de 45 anos.
Margot e Anne morreram com dias de diferença. As duas foram enterradas juntas, numa das muitas covas coletivas, pelas também irmãs Janny e Lientje Brandes-Brilleslijper. Através da Cruz Vermelha Janny localizou Otto Frank e contou a ele que suas duas filhas estavam mortas.
Imagino a vida de milhões de crianças engolfadas pela guerra, o mundo seguro da infância virado de pernas para o ar. E então eu simplesmente não consigo.

2 comentários:

Ana Cecília Moura disse...

Li há milênios. Ainda bem que deu tempo de esquecer os detalhes devastadores.

Já assistiu ao documentário "Nos Braços de Estranhos"? É bru-tal. Quase tanto qto a obra da querida Anne.

Suzana Elvas disse...

Oi, Ana Cecília;

Já vi esse documentário. E te confesso que foi dureza dormir depois.
Bjs